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Farmacologia dos Corticosteroides

Os glicocorticoides endógenos são produzidos a partir do colesterol, sendo a medula adrenal estimulada pelo ACTH.

Assim, foram desenvolvidos vários fármacos, são derivados semi-sintéticos dos glicocorticoides. De forma indireta eles bloqueiam a liberação de ácido araquidônico, pois estes fármacos estimulam a produção da lipocortina que inibe a enzima fosfolipase A2, responsável pela transformação dos fosfolipídios em ácido araquidônico.
Os corticolesteróides estabilizam a membrana  celular do mastócito e dos leucócitos evitando ou diminui a liberação de histamina assim como de fatores quimiotáxicos, e de mediadores inflamatórios, o que reduz o influxo de leucócitos para o local da inflamação. Assim a inflamação é acentuadamente reduzida. Os glicocorticoides também agem evitando que os neutrófilos migrem até o local da inflamação, embora ele aumente o número de neutrófilos circulantes.
Os glicocorticoides ligam-se a receptores intracelulares citoplasmáticos específicos nos tecidos-alvos. O complexo hormônio-receptor desloca-se para o núcleo, onde como fator de transcrição ativando ou desativando genes, dependendo do respectivo tecido.
Mecanismo ação: Atuam inibindo a fosfolipase A2, quebrando toda cascata da inflamação. 
Isso explica o uso em processos alérgicos. E por ser um grande retentor de sódio, seu uso deve ser cauteloso em Diabéticos, Hipertensos, Imunodeprimidos e Gestantes.
Classificação de acordo com a duração do efeito                          Potência Relativa
Curta (<12h)
- Hidrocortisona                                                                                       1,0
- Cortisona                                                                                              0,8
Intermediária (18-36h)
- Prednisona                                                                                            4,0
- Prednisolona                                                                                         4,0
- Metilprednisolona                                                                                  5,0
- Triancinolona                                                                                        5,0
Longa (36-54h)                                                                                
- Betametasona                                                                                      25,0
- Dexametasona                                                                                     25,0
- Parametasona                                                                                      10,0


Considerações importantes:
- Beclometasona é considerado um esteróide de inalação altamente potente, e usado no tratamento da asma e de infecções respiratórias superiores
- Dexametasona atravessa facilmente a barreira hematoencefálica, característica diferente da maioria dos corticosteroides. Assim, ele é útil na profilaxia e tratamento de edemas cerebrais.
- Clobetasol é um corticosteroide de maior potencia, sendo usado apenas topicamente como creme ou solução, não é recomendado para crianças de 12 anos.
ATENÇÃO! Essa dica vale para todas as classes de medicamentos, e você farmacêutico ou estudante de farmácia precisa saber, a dica é: NÃO EXISTE O TERMO "MAIS FORTE" PARA COMPARAR UM MEDICAMENTO (ex: a morfina é mais forte que a dipirona"). SÓ PODEMOS FALAR SOBRE POTÊNCIA RELATIVA, E DETALHE IMPORTANTE, APENAS PARA FÁRMACOS DA MESMA CLASSE. Ou seja, o exemplo anterior está errado por usar a palavra forte, e tecnicamente MUITO equivocado por estar comparando fármacos de classes diferentes.

Quando são usados? Em terapia inflamatória e imunossupressora em diversas patologias: doenças autoimunes, asma, distúrbios alérgicos, dermatológicos, gastrintestinais, hematológicas, oftálmicas, orais, respiratórias. Tratamento do choque: de doenças neurológicas, da síndrome nefrótica, de alguns tipos de neoplasias, de tireoide não-supurativa, de tumores císticos de tendão ou aponeurose, redução de edema cerebral e, profilaxia e tratamento de rejeição de órgão em transplante.

Por qual via de administração? Isso depende do objetivo farmacoterapêutico, considerando a natureza da doença e a condição do paciente.

Efeitos Adversos:
- efeitos comuns em terapia a longo prazo: úlceras pépticas, hipertensão arterial (com a hidrocortisona e a cortisona), edema, aumento de apetite e euforia
- Ás vezes ocorre: depressão ou sintomas psicóticos e labilidade emocional, aumento da gordura abdominal, face de lua cheia com bochechas vermelhas, adelgaçamento da pele, equimoses com facilidade, fraqueza muscular e fadiga por perda de massa muscular na região do tronco e dos membros, reparação retardada de feridas, tendência a hiperglicemia, supressão da resposta à infecção, supressão da síntese de glicocorticoides endógenos, síndrome de Cushing iatrogênica, catarata, glaucoma, osteoporose. 
Por quê os glicocorticoides podem provocar a Osteoporose?
Por 3 motivos importantes:
1) Inibem o crescimento e função dos osteoblastos
2) Diminuem a absorção de cálcio no intestino, além de aumentar a excreção do cálcio renal
3) Inibem a duplicação das células ósseas e a síntese do colágeno I e II
Esquema Terapêutico: 
Para reduzir o perigo da supressão do eixo adrenal, a terapêutica sistêmica deve ser feita durante o menor tempo possível e com doses mínimas. Além disso, esses medicamentos não podem ser bruscamente suspensos, sempre que a terapêutica ultrapassar 3 semanas.
 O que torna fundamental um esquema de retirada do corticoide. 

Referências:
RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 6a ed. Rio de Janeiro. Elservier, 2007.
KATZUN, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 8a ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2003.





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