Bom, semana passada me fizeram uma pergunta simples e que ao mesmo tempo me surpreendeu, pelo fato de eu nunca ter pensado nisso.
A pergunta foi: "Oii, gostaria de saber o que fez você optar pelo curso de farmácia, o que te levou a escolher essa profissão"
Talvez eu pudesse dar respostas um pouco clichês como: “ah. Eu gostava de química”, “eu queria salvar vidas”, “eu já trabalhava na área”. Mas na realidade foi uma série de acontecimentos, nos quais me direcionaram a esta área.
Tudo começou no ensino médio, eu estudava na ETEC Tereza Nunes em uma turma não integrada ao técnico. Mas fazia parte da “cultura” da ETEC, muitos alunos prestavam outro Vestibulinho para realizar o técnico profissionalizante simultaneamente.
Eu tinha decidido que eu estudaria muito para passar no vestibular, assim eu não prestaria a prova do técnico. O tempo foi passando, percebi que eu estava estudando mais do que a média, mas mesmo assim eu não me sentia preparada. E passei pensar que a gente nunca sabe o dia de amanhã, entao eu precisava ter uma profissão para exercer durante a graduação. Primeiro pensei em fazer marketing, eu gostava dos conceitos e de criar… e eu poderia aplicar esse conhecimento em outros setores. Porém sempre pensei em fazer algo relacionado a saúde, muito influenciado pela minha irmã. Ela não me influenciava diretamente, eu me interessava por tudo o que ela fazia, achava um máximo. E eu sempre fiz questão de me aproximar do meu cunhado, ele estava no final da graduação em farmácia.
Eu queria fazer algo ligado ao laboratório, então minhas opções eram o técnico em química ou o técnico em farmácia. A unidade mais próxima da minha casa era o de farmácia. Então, fiz a prova, passei e lá estava eu. Tive professores muito bons, o que fez que eu me apaixonasse pela área. Passei a enxergar o corpo humano como uma série de reações bioquímicas, que cada movimento, cada doença ou cada reação fisiológica tinha um motivo… e não era simplesmente porque “Deus quis assim”, e isso me encantou. Me encantou ver o professor Daniel desenhando uma estrutura, e mostrando fisiologicamente como funcionava. Lá eu conheci um amigo expert em Química, que me apresentava como tudo funcionava, me ajudava todos os dias com as minhas dúvidas, e me mostrava aplicações químicas em tudo.
Depois chegou a disciplina de farmacologia com a professora Maéli, assim os meus olhos se encheram ao perceber que ao conhecer quimicamente uma substância e conhecer um sistema fisiológico, você poderia interferir com medicamentos, devido ao seu mecanismo de ação.
A partir disso eu já não tinha dúvidas de qual caminho seguir na graduação. Claro, vi a importância do farmacêutico em cada área atuante: regulamentação, farmacêutico hospitalar, farmacêutico em alimentos, farmacêuticos na indústria, farmacêutico na dispensação. Mas eu sempre gostei de laboratório, e desde o início eu me imaginava em um laboratório de pesquisa desenvolvendo novas tecnologias para a área. E apesar de não fazer parte da pergunta foi o professor Dr. Luiz Carlos Neves que me direcionou a esse caminho, no qual sou extremamente grata.
Sabe, na escola eu nunca olhei para uma disciplina e disse: “nossa, como eu odeio.”, eu percebia a importância de cada uma. E isso tornou a minha escolha mais fácil, e quando eu me deparei com o técnico, consegui enxergar o sistema e entender as aplicações. Mas talvez, se eu tivesse seguido outra área, ao entender as aplicações, talvez eu me apaixonasse… mas a farmácia foi o meu primeiro amor.
Não é um curso fácil, longe disso! Muitas vezes você pode se desesperar, mas é uma etapa importante do aprendizado, e particularmente eu me orgulho.
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