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Artrite Reumatóide: Definição, Tratamento, Impacto no SUS

           


            TRATAMENTO

Pacientes portadores de artrite reumatoide devem fazer um tratamento que envolva fármacos capazes de prevenir o dano, e preservar a integridade e funcionalidade da articulação através dos medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD). O tratamento de primeira linha são medicamentos como o metotrexato, leflunimida, sulfassalazina, antimaláricos, entre outros, caracterizados como MMCD de origem sintética. Se ocorrer uma falha terapêutica em pelo menos dois esquemas de MMCD sintéticos, indica-se MMCD que atuam com especificidade maior nos fatores responsáveis pela inflamação, esse tipo é de origem biológica e os bloqueadores do fator de necrose tumoral se destacam.
Em relação aos MMCD sintéticos, o metotrexato é o principal medicamento de escolha quando se trata de tratamento da AR; em sequência vem a leflunomida sendo utilizada caso ocorra falha terapêutica ou contraindicação do principal.
Segundo Louzada-Júnior et al. 71% dos pacientes usavam metotrexato; 20% usavam-o em associação com outro fármaco. Nesse estudo, constatou-se que a leflunomida representou 55% das solicitação referentes aos MMCD sintéticos entre 2003 a 2006. Porém, a forma de metotrexato oral foi padronizada apenas em 2009 de maneira que a parcela dos pacientes que solicitaram leflunomida e outros MMCD sintéticos poderiam estar em uso concomitante de metotrexto por custo próprio.

IMPACTO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

No Sistema Único de Saúde existe o Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) onde permite que os indivíduos que necessitam do tratamento de artrite reumatoide tenham acesso aos MMCD. Desde 2002 está disponível o infliximabe que foi o primeiro MMCD biológico padronizado. Em 2006 foram incorporados outras opções de tratamento como o etanercepte e o adalimumabe. Desses destacados, o infliximabe foi o que correspondeu de 16% a 40% das prescrições.
Os gastos do Ministério da Saúde com medicamentos referentes a este programa cresceram significativamente entre 2000 a 2007,pois entre 2000 e 2004 muitas patologias que acarretam o sistema osteomuscular e o tecido conjuntivo representaram sozinhos, certa de 22% dos diagnósticos dos pacientes atendidos pelo programa. A AR em 2007 foi a quarta doença de maior impacto no orçamento e com isso o infliximabe ocupou a segunda posição de maior gasto mensal médico.Estima-se que as mulheres são de três a quatro vezes mais acometidas por esta doença autoimune do que os homens.

ANÁLISE DE GASTOS
Os gastos com o fármaco inflimixabe entre 2003 e 2006 foram superiores aos gastos com os fármacos MMCD sintéticos durante todo o decorrer do acompanhamento. Corresponderam neste período a 58,7% do valor total consumido com medicamentos para artrite reumatóide no primeiro ano e 68,8%, 73,3% e 67,6% nos anos seguintes.
O gasto com medicamentos para o tratamento de artrite reumatóide foi entre 2,4 e 3,1 vezes maior para pacientes que já utilizaram infliximabe em uma população; 10,9 vezes menor se comparado com pacientes que fizeram uso através de MMCD sintéticos.
Quando pesquisada a distribuição de pacientes que utilizaram MMCD sintéticos, as maiores médias registradas para pacientes foi entre 70 a 79 anos. Já para inflimixabe as maiores médias foram entre as faixas de 18 a 19 anos.
Em relação ao diagnóstico, os maiores gastos foram relacionados justamente com o tratamento de complicações da artrite reumatóide.
Com o alto custo dos medicamentos, tem sido ressaltada a importância de estabelecer critérios para o fornecimento destes, uma vez que alternativas terapêuticas podem ser muito eficazes e mais baratas podendo ser utilizadas previamente.
No caso da AR, o protocolo (Protocolo Clínicos de Diretrizes Terapêuticas) prevê a possibilidade do uso concomitante dos MMCD biológicos infliximabe, etanercepte e adalimumabe na mesma sequência de tratamento, sob a afirmação de não haver diferenças com relação à eficácia. Em contrapartida, um estudo já realizado no Paraná afirma maior efetividade para o etanerepte seguido de adalimumabe e infliximabe. Além disso, ao levar em consideração os custos dos medicamentos, a melhor relação de custo e efetividade foi obtida para adalimumabe e etanercepte comparados ao infliximabe.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEGATINI, Fabíola; BLATT, Carine Raquel; MALISKA, Gabriela; TREPASH, GunterVoges; PEREIRA, Ivânio Alves; ZIMMERMANN, Adriana Fontes; STORB, Bernd Heinrich; FARIAS,Mareni Rocha. Potenciais interações medicamentosas em pacientes com artrite reumatoide. RevBrasReumatol, 2011.

GOELDNE, Isabela; SKARE, Thelma L.; REASON, Iara T. de Messias; UTIYAMA, Shirley Ramos da Rosa. Artrite Reumatóide: uma visão atual. BrasPatolMedLab, 2011.

CLARK, Michelle A.; FINKEL, Richard; REY, Jose A.; WHALEN, Karen. Farmacologia Ilustrada. 5°Edição Artmed, 2013.

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